Você
imagina como a sua empresa estará trabalhando na gestão de pessoas em 2020? Por
meio de uma pesquisa, a PricewaterhouseCoopers constatou que três possíveis
cenários farão parte deste dia-a-dia nas empresas
Por Raquel Kuhn
Uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers, em parceria com a Universidade de
Oxford, com 3 mil jovens prestes a ingressar no mercado de trabalho nos EUA,
Inglaterra e China, projetou três possíveis cenários para o mundo corporativo
em 2020: azul, verde e laranja. O resultado foi baseado nos valores e
expectativas da geração milênio.
Segundo a pesquisa, há um modelo de RH que prevalecerá nas empresas em cada um
dos cenários: no mundo azul, o setor se tornará o coração da empresa; no mundo
verde, o RH será o impulsionador da pauta de responsabilidade social
corporativa; já no mundo laranja, o RH será visto como transacional e será,
quase inteiramente, terceirizado. Apesar desta divisão, os três mundos poderão
estar acontecendo ao mesmo tempo, e nos mesmos lugares, afirmou Olga Colpo,
advisory da PricewaterhouseCoopers.
Para apresentar a análise, o Comitê de Gestão de Pessoas da Amcham, realizou o
evento Qual o futuro do trabalho e da gestão de Recursos Humanos em 2002?. Na
ocasião, os resultados foram debatidos entre os participantes, e representantes
comentaram sobre esta realidade já presente em suas organizações.
Os cenários:
Segundo a pesquisa, no mundo azul as estratégias de carreiras estarão cada vez
mais complexas, e o tema risco em gestão de pessoas será levado mais a sério.
Além disso, as relações serão baseadas em metas de receita e lucro, e os
padrões dentro das organizações serão estereotipados e cada vez mais
estabelecidos.
Outro fator apontado refere-se à preocupação na retenção de talentos. As
empresas mundo azul irão diferenciar-se pelos benefícios dados aos
funcionários, mas por outro lado, estes serão obrigados a destacarem-se melhor
nos resultados, para não correrem o risco de serem descartados.
Para Alessandro Bonorino, diretor de Recursos Humanos da IBM e representante do
mundo azul, a cultura organizacional é fundamental nessas horas. Segundo ele, o
RH da empresa tem foco principalmente em desenvolvimento, tanto interno quanto
externo. Nós somos os gestores do crescimento. O futuro é hoje. A empresa, que
contrata 2 mil funcionários por ano, tem buscado novos profissionais ainda no
ensino médio.
Representante deste cenário, a diretora executiva de Desenvolvimento de Pessoas
do Banco Real, Mônica Cardoso, falou que a receita está na junção ética,
profissionalismo e sustentabilidade. Não acreditamos na formação das pessoas, e
sim na identificação de seus valores, opinou. O individuo, seja ele qual for,
tem que estar no centro da estratégia.
No mundo laranja, o papel do RH será o de recrutar pessoas, sem estar
diretamente ligada com a retenção e desenvolvimento delas. O tabu de demitir os
funcionários também será deixado de lado.
Por outro lado, as empresas de pequeno porte utilizarão o capital intelectual
como ferramenta, e trabalharão sempre com tecnologia de ponta, o que pode
favorecer a competição com as grandes organizações do mundo azul, por exemplo.
Na ocasião, um case da empresa de motoboys Help Express foi apresentado ao
público. E ela foi escolhida exatamente por trabalhar com o lema do mundo
laranja: prazo, objetivo e entrega.
O mundo verde, por sua vez, está orientado a trabalhar para o cliente. Nestes
casos, o sucesso das empresas é caracterizado pelas suas credenciais
sócio-ambientais, o que significa que os incentivos não estarão relacionados
apenas à remuneração. De acordo com a pesquisa, a liderança e direcionamento da
gestão de pessoas ficarão por conta do CEO, e a legislação trabalhista
influenciará (e muito) o comportamento dos funcionários.
Fonte:
http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/conteudo_279371.shtml
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